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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MAGNÓLIA

Tudo simplesmente acontece. Não há como fugir, negar, comprar o inevitável. Há, sim, como ignorá-lo, mas o preço geralmente é alto, pois não existe mentira tão perfeita que engane a si mesmo.
É certo, também, que o mundo não é exatamente como a gente quer, que a sociedade é feita de aparências e que essas aparências são, quase sempre, 90% do que importa na história. Ou seja, vivemos em um mundo sustentado pelo irrealizado.
Inevitavelmente, tudo acontece porque tem que acontecer e o que é real, irreal, verdadeiro, sonho, fantasia e fuga acaba esbarrando sempre na vontade pessoal de cada ser querer que tudo dê certo. Mas todos erram, por medo, tolice ou gosto. E apesar de todos saberem que errar é humano, ninguém quer assumir que errou, preferindo que a dor o consuma vorazmente num primeiro momento para, num segundo, ficar observando até onde o inevitável consegue chegar sozinho.
Os personagens da pequena obra-prima recente Magnólia são assim. Vivem fugindo de alguma coisa que os persegue persegue persegue até que, num momento de sublime percepção descobrem: estão fugindo de si mesmos. O filme é uma prisão cinematográfica. Seus personagens se esbarram, se relacionam, se misturam, se amam e se odeiam, mas são incapazes de apagar seus erros, e o passado.
Magnólia é o terceiro longa de Paul Thomas Anderson que, aos 28 anos, já é colocado no mesmo patamar de Scorcese e Coppola. Não é à toa. E Magnólia comprova isso. É o tipo de filme que merece ser assistido várias vezes, merece ser analisado na mesa do bar com os amigos, discutido com seu amor na cama após o sexo, e merece textos perdidos no tempo, como este. Ganhou o Festival de Berlim 2000 e deu a Tom Cruise o Globo de Ouro de ator coadjuvante e uma indicação ao Oscar.

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