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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ABRAÇOS PARTIDOS

A revolução do filme consiste no fato de que, em Abraços Partidos, Almodóvar, um diretor fascinado por mulheres, cria o mais nobre personagem masculino de sua longa filmografia. Mateo/Harry conjuga a sabedoria trágica de um Lear com a ciência benevolente de um Próspero. E sepulta - com a sua dimensão dramática e humana - a lacuna de bons tipos masculinos na obra do diretor. Almodóvar nunca se aprofundou tanto na psicologia do homem quanto neste filme. Mostra isso não com falas, mas com imagens, como é de seu feitio. Exemplo? Em uma cama, um casal está completamente enrolado em um lençol - incluindo as cabeças. Sabemos que a mulher é Lena. Mas quem será o homem? O marido que ela despreza e trai? Ou o amante que ela admira? O cineasta insinua que, embora os homens - como as mulheres - sejam diferentes entre si, na paixão eles são indistinguíveis.
Por causa da narrativa de tom quase clássico, Abraços Partidos não foi uma unanimidade entre os analistas. Teria o incendiário degenerado em parnasiano, como resmungaram alguns críticos ávidos da provocação fácil? Pelo contrário: o mestre nunca foi tão cinematograficamente magistral. Não perdeu a eloquência no trato com as imagens, como na cena em que Mateo abraça o vídeo com a cena congelada do acidente, no momento em que beijava a amada. Como a colossal a escultura/móbile que orna a encruzilhada onde ocorre o desastre que mudou a vida de seu protagonista, assim é Almodóvar: camaleônico, metamórfico, proteico. Como o outro homem da Mancha, ele continua a son

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