“Asas do Desejo” é um filme contemplativo, que observa e comenta sobre a vida. É um filme sobre a passagem do tempo, sobre a consciência a respeito de si; em última análise, filme sobre a descoberta da própria identidade. Em vários momentos, Wim Wenders faz as perguntas que motivam a reflexão provocada pelo filme: “por que eu sou eu e não você? Por que estou aqui e não ali? Onde termina o tempo e onde começa o espaço?”.
Simples, porém abstratp. O próprio Wenders explica, recitando um mantra infantil que seus anjos repetem várias vezes, que essas são as primeiras questões feitas por uma criança, quando ela começa a tomar consciência de si mesma. São, portanto, as questões fundamentais que definem a identidade de qualquer indivíduo. Perguntas aparentemente bobas, mas que nenhum filósofo conseguiu responder. “Asas do Desejo” é pura metafísica e tem uma face espiritual evidente, embora trate fundamentalmente da experiência urbana (e, portanto, humana). Talevz seja por isso que tanta gente acha o filme chato ou incompreensível; ele não procura respostas, apenas reflete sobre as perguntas.
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