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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SONATA DE OUTONO

Filme de 1978 é uma obra-prima e síntese das principais características do cinema de Ingmar Bergman.
Depois de ser uma mãe negligente por anos, a famosa pianista Charlotte (Ingrid Bergman, famosa por protagonizar Casablanca) visita sua introvertida filha Eva (Liv Ullman) em sua casa, onde descobre que Helena, outra filha sua, mentalmente deficiente, também lá mora. Aos poucos a tensão entre Charlotte e Eva vai crescendo e ambas terão que reviver traumas e “fantasmas” do passado ainda mal resolvidos entre elas.. É em torno desse conflito emocional e psicológico entre mãe e filha, que Bergman constrói seu filme. 
As principais características que consagraram o cineasta sueco estão presentes: há a forte e intensa análise psicológica das personagens, explorando e desvendando suas emoções, seus sentimentos, seus traumas, dramas, personalidades e atitudes; vê-se também o foco justamente nas personagens e em suas relações em detrenimento da trama; os preciosos diálogos, sempre carregados de profundidade e complexidade, muitas vezes cheios de simbologia e função subjetiva; o ritmo adequado imprimido por Bergman, em que cada cena tem a duração e intensidade ideal e cujo encadeamento de cenas é eficiente e colabora para dar o tom do filme; a já tradicional grande direção de atores de Bergman que, aliada ao bom elenco, garante desempenhos memoráveis nas interpretações; a beleza estética na composição das imagens e a presença da doença e da predominância do elemento feminino.
A carga dramática é grande, a maior parte do filme compreende o conflito de diálogos entre Eva e sua mãe, em que as duas se voltam para os fatos do passado. Eva, bem como sua irmã Helena, foi extremamente marcada pela mãe ausente, vaidosa, mais preocupada com sua carreira de pianista do que com a família. Por outro lado, Charlotte não se achava confortável em sua posição familiar, sentia-se presa, amava sua carreira e tinha o íntimo desejo de correr atrás daquilo que gostava em busca de sua satisfação e felicidade. Ora, a postura que garantiria felicidade para a família geraria infelicidade para a mãe e a postura que garantia felicidade para a mãe gerava infelicidade familiar. Bergman acerta aqui de forma decisiva ao não tomar parte de ninguém: apresenta os dois lados de forma igual, neutra, explorando de forma compreensiva as duas posições. Assim, cabe ao espectador também compreender as personagens e, se assim achar, tomar partido de alguém. No entando, analisando cuidadosamente, todas são vistas como humanas e, como tais, compreensíveis, até mesmo Charlotte, por mais que seus atos tenham sido e ainda sejam egoístas e individualistas, ela apenas buscava aquilo que todo ser humano almeja: a felicidade e fugir daquilo que causa a angústia e o sofrimento.(do site cultura de bolso).

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