PRAÇA NOSSA SENHORA APARECIDA,303 Sobreloja

AO LADO DA LIVRARIA SANTUÁRIO

ATENDIMENTO:
2ª A 6ªFEIRA DAS 8-11H30
E DAS 13H00 AS 17H30

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CARAMELO

A reflexão que o filme nos traz parte justamente dessa experiência paradoxal: como pode o mesmo filme nos proporcionar prazer e, no entanto, revelar tantos problemas quando submetido a uma análise um pouco mais densa? Uma das respostas possíveis pode estar na questão do gênero. Nesse ponto, o cinema é diferente das artes clássicas; o prazer (e portanto o estímulo à construção do gosto) pode ter relação direta com a satisfação do reconhecimento de certos aspectos formais e narrativos pela platéia.
Num outro nível, também é possível levantar a questão do olhar feminino dirigido ao Oriente Médio, tradicionalmente representado como uma sociedade opressora e agressivamente masculina. Talvez esteja aí o aspecto mais original – apesar de medroso – de “Caramelo”, que é a possibilidade de nos revelar uma cidade onde procissões católicas convivem pacificamente com famílias muçulmanas, e onde mulheres lindas podem andar maquiadas e paquerar timidamente com homens no meio da rua, ou com outras mulheres dentro do ônibus. Mesmo sem ir até o fim, o filme de Nadine Labaki sugere que há muito mais por baixo da superfície açucarada. Como num caramelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário