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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OBRIGADO POR FUMAR

Em determinados momentos da produção “Obrigado por fumar”, estão reunidos ao redor de uma mesa, num restaurante qualquer, os representantes das indústrias do álcool, das armas de fogo e do tabaco. São amigos e se sentem muito próximos pelo fato de fazerem lobby por produtos que são fortemente rechaçados através da mídia ou pela pressão de ONGs. Sentem-se, em determinados momentos, ainda mais próximos pois ao encarnarem os advogados de defesa desses produtos acabam se tornando o alvo da hostilidade pública contra as indústrias que representam.
Entre as conversas que têm, acabam até com certo orgulho comparando os índices de mortalidade nos Estados Unidos auferidos para os produtos que representam. Cada qual deles munido das mais recentes estatísticas parece querer mostrar mais poder de fogo (sem ironia qualquer da minha parte nesse sentido). Até o momento em que percebem o rumo que sua discussão tomou e o quanto o que estão afirmando atenta contra os interesses que representam ou, ainda pior, contra eles mesmos...
Essa seqüência emblemática do filme de Jason Reitman, produção de baixo custo (orçado em 6,5 milhões de dólares, uma verdadeira pechincha para os padrões de Hollywood), que teve participações especiais de nomes conhecidos e importantes da indústria cinematográfica americana (como Sam Elliott, Katie Holmes, Rob Lowe, Robert Duvall e William H. Macy) é apenas uma amostra do senso de humor que permeia a produção e que, propositalmente, nos direciona a refletir sobre a indústria tabagista e os seus rumos no mundo em que vivemos.
Há várias outras oportunidades em que podemos conferir o quanto o trabalho de lobistas muito bem preparados, como o personagem principal, Nick Naylor (personificado com inspiração por Aaron Eckhart), acaba sendo decisivo para que uma droga legalizada, de sérias e graves conseqüências para a saúde pública, não apenas mantém seus já fiéis consumidores como ainda tem fôlego para conquistar novas legiões de adeptos apesar das restrições legais e batalhas jurídicas nas quais está envolvida mundialmente.
O título do filme, traduzido ao pé da letra do original em inglês, pode nos levar a pensar que se trata de uma produção que tem o propósito de defender os interesses das grandes corporações que produzem e vendem esse produto pelo mundo afora. É, na verdade, mais uma das ironias finas contidas nesse filme que surpreende a todos que o assistem e que, principalmente, enseja a uma mais do que necessária reflexão sobre a temática.
“Obrigado por fumar” é uma peça de contrapropaganda e, nesse sentido, seria muito interessante estimular os alunos a produzir também material publicitário que desestimulasse o uso do cigarro, do álcool, das armas de fogo, das drogas,... Trabalhar o conceito de contrapropaganda seria essencial num primeiro momento e, ao mesmo tempo, teriam que ser sugeridas as formas de realização dessa publicidade às avessas – como painéis, pôsteres, filmes curtos (de 30 segundos ou no máximo um minuto), jingles para rádio, canções publicitárias,...

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