PRAÇA NOSSA SENHORA APARECIDA,303 Sobreloja

AO LADO DA LIVRARIA SANTUÁRIO

ATENDIMENTO:
2ª A 6ªFEIRA DAS 8-11H30
E DAS 13H00 AS 17H30

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A ÚLTIMA SESSÃO DE CINEMA

Inspirado por um obscuro romance que fazia uma crônica sensível da vida modorrenta de uma minúscula cidadezinha no Texas, “A Última Sessão de Cinema” (The Last Picture Show, EUA, 1971) é o tipo de filme que não poderia ter sido feito alguns anos antes. Trata-se de uma das obras seminais da geração de jovens cineastas que mudou Hollywood, na virada entre as décadas de 1960 e 70, eliminando qualquer traço de glamour e melodrama de suas história e dedicando-se a levar para as telas de cinema a atmosfera da vida real dos anônimos. Em suma, um filme com cheiro de rua.
O tédio e a falta de perspectiva da vida numa cidade pequena é o tema principal de “A Última Sessão de Cinema”. Para capturar o clima melancólico e o vazio emocional dos personagens, Bogdanovich fez três escolhas estéticas essenciais: decidiu filmar em preto-e-branco e em locação, além de fazer o filme sem trilha sonora. Do ponto de vista técnico, era um tremendo risco. Na época, acreditava-se piamente que os filmes em P&B haviam morrido para sempre, e não existia mais equipamento para filmar sem cores. Além disso, nenhum executivo em sã consciência permitia um longa-metragem sem música, sem falar que filmar fora dos estúdios era muito mais caro.
Mesmo assim, Bogdanovich bateu o pé. Ele não estava fazendo uma história épica, mas um filme simples, quase minimalista, sobre gente comum. Por sorte, as condições ajudaram. A revolução trazida pelos jovens cineastas encontrava eco no público, naqueles tempos, e os estúdios se permitiam ousadias mais arrojadas. Desta forma, tudo foi feito da maneira que o cineasta planejou, inclusive com as filmagens ocorrendo na cidade de Archer City, local onde o escritor do livro original (promovido também a roteirista) havia passado a infância. Desta forma, os jovens atores que compunham o elenco puderam inclusive ter contato com as pessoas que haviam inspirado os personagens fictícios.

Nenhum comentário:

Postar um comentário