Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) é uma das obras notáveis da primeira fase do Modernismo brasileiro, que eclode em São Paulo, em 1922, com a Semana de Arte Moderna.
A “liberdade de pesquisa estética”, que os modernistas reivindicavam, estimulados pelas novas experiências artísticas e literárias que se multiplicavam na Europa, torna possível uma realização tão surpreendente como esta coletânea de contos que focalizam a vida da comunidade ítalo-brasileira de São Paulo.
Surpreendente, em primeiro lugar, por trazer para a literatura, de forma simpática e criativa, todo um vigoroso e rico — e então desprestigiado — universo social e cultural, com seus tipos pitorescos e algumas figuras tocantes. Surpreendente também pela sua audácia no uso da língua “carcamana”, o dialeto “macarrônico” ítalo-brasileiro, contrariando não só a disciplina gramatical, mas sobretudo o “bom gosto” lingüístico. Surpreendente, ainda, pelas técnicas literárias de cunho modernista, de impacto inovador no Brasil daquela época.
q merda
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