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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A BALADA DE NARAYAMA

Baseado na lenda Ubasuteyama, do Japão antigo, Shohei Imamura nos conta a história sobre o Monte Narayama em cujo sopé, na época de um Japão feudal extremamente pobre, vive uma comunidade de aldeões agricultores. Os velhos, ao completarem 70 anos são levados ao Monte Narayama para ali morrerem. O altruísmo de Orin, uma idosa às vésperas de seus 70 anos e de saúde e dentes perfeitos, a faz quebrar os incisivos superiores para justificar sua desnecessidade de comida, já às vésperas de sua partida ao Monte. Orin, a despeito de sua breve partida, cuida da rotina da família; quer ver seu primogênito casado e providencia com uma velha vizinha satisfação sexual ao mais novo.O filme parece um pouco chocante. Acho que entenderemos melhor os fatos e a moral daquela comunidade quando nos apercebemos que nós é que estamos fortemente condicionados, desde o berço, por uma sociedade de paradigmas morais estabelecidos e aceitos como válidos, sem que nunca tenhamos tido consciência de que são valores válidos em condições normais de convivência social de uma sociedade moderna, onde não nos faltam alimento nem teto. Esgarçadas essas condições, Imamura mostra-nos a conseqüente modificação dos paradigmas: deterioradas sob a óptica da moral, porque próximas da nossa animalidade. Aos olhos da natureza, entretanto, é apenas a vida que segue acomodando suas forças biológicas no vácuo das forças sociais.

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